Exame Visual
O primeiro dos três exames realizados na degustação de vinhos é o exame visual. Com ele, é possível identificar diversas características particulares do vinho. A primeira conclusão que se tira, por exemplo, de tão óbvia, passa até despercebida: você está prestes a degustar um vinho branco, espumante, rosé ou tinto?
Conclusões explicitas à parte, uma primeira análise muito interessante a ser realizada diz respeito à idade do vinho. Com o passar dos anos, os vinhos tintos se tornam mais claros, menos opacos e assumem uma cor alaranjada.
Já os vinhos brancos seguem o caminho oposto: nascem claros e bem transparentes e assumem uma cor mais escura ao envelhecer.
Naturalmente, cada vinho possui um ciclo de vida particular. Alguns vinhos já nascem com aspecto mais envelhecido, enquanto outros são melhor apreciados jovens e, portanto, nunca chegam a envelhecer. Faz parte do fascinante mundo dos vinhos desvendar o ciclo de vida de tipos específicos de vinho, regiões do globo, método de produção e uvas utilizadas.
Mas tudo isso é apenas um aquecimento. Para entender um pouco mais sobre o exame visual, apresentamos abaixo as suas principais etapas, segundo o método Giancarlo Bossi. Na teoria, o método apresenta algumas etapas adicionais, mas apresento aqui apenas aquelas que serão realmente úteis nas degustações do dia a dia.
Exame Visual – Passo a Passo
1. Tonalidade
O primeiro passo do exame visual é a identificação da tonalidade do vinho, ou seja, a sua cor. Os termos utilizadas para descrever as tonalidades dos vinhos mundo a fora podem variar um pouco, mas em geral ficam dentro de um escopo limitado. Segundo o método Giancarlo Bossi, os vinhos brancos, rosés e tintos podem assumir as seguintes tonalidades:
Brancos
- Branco-papel
- Verdeal
- Amarelo-palha
- Amarelo-ouro
- Amarelo-âmbar

Rosés
- Pele de cebola
- Rosado
- Cereja
- Clarete

Tintos
- Vermelho-púrpura
- Vermelho-rubi
- Vermelho-granada
- Vermelho- alaranjado

2. Intensidade
O segundo passo do exame visual é identificar a intensidade da tonalidade identificada anteriormente. Coisa bem simples, basicamente identificar se a intensidade da tonalidade é:
- Claro
- Médio
- Escuro
A ideia aqui é fornecer uma gradação para as tonalidades, ou seja, cada tonalidade poderá variar entre três níveis de intensidade e, com isso, você terá mais flexibilidade para descrever com precisão a cor do vinho que está degustando.
Exemplo: na segunda imagem desta página (Chadornnay from Chablis x Chadornnay from Napa), podemos dizer que o vinho da esquerda possui cor amarelo-palha médio enquanto que o da direita possui cor amarelo-ouro, também médio.
3. Reflexos
O terceiro e último passo é a identificação dos reflexos. Como vimos lá em cima, no início da página, os vinhos evoluem, envelhecem, e com isso assumem uma nova coloração. O reflexo do vinho é exatamente esta passagem de uma tonalidade para outra. Ou seja, os vinhos possuem uma tonalidade mas podem apresentar reflexos, ou seja, nuances de outra tonalidade.
Para a execução deste terceiro passo, analisa-se a “unha do vinho”, ou seja a parte superior do vinho quando inclinamos a taça a 45 graus. Na primeira imagem desta página (Young Cabernet Sauvignon x Old Cabernet Sauvignon), a “unha do vinho” é identificada pelo termo em inglês rim (aro). Uma segunda técnica, também muito simples, consiste em inclinar a taça 45 graus, mas desta vez não mas para frente e sim para trás, em direção a você, e em seguida levá-la para cima do nível dos olhos, na direção de uma fonte de luz. Com isso olha-se para a luz através do vinho e identifica-se seus reflexos mais facilmente.
O reflexo mais fácil de ser identificado é o alaranjado, mostrando os primeiros sinais de envelhecimento do vinho tinto. Neste caso, o vinho possui, à primeira vista, uma tonalidade vermelho-rubi ou vermelho-granada e, através das técnicas descritas acima, identifica-se as nuances alaranjadas.
Os vinhos podem assumir reflexos como:
- Âmbar
- Alaranjados
- Violáceos
- Esverdeados
- Granada

Referências:
- Fotos1 a 5: www.winefolly.com